Adaptação da pessoa com tetraplegia no meio familiar

Abstract

A lesão medular é uma nova condição de vida, em que a pessoa se encontra apartir do momento em que sofre o trauma. Geralmente a etiologia da tetraplegia, foco desse estudo, está relacionada a acidentes automobilísticos. Por ser uma afecção limitante no que tange movimento e sensibilidade, o diagnostico traz incertezas, dúvidas, medos, esperança e desesperança, causando um impacto inesperado tanto para a pessoa lesionada quanto para seus familiares. O presente estudo teve como objetivo identificar as adaptações que as pessoas com tetraplegia apresentam no meio familiar. A pesquisa foi de abordagem qualitativa, descritiva, exploratória e de campo sendo desenvolvido a partir de entrevistas com 06 (seis) pessoas, sendo 03 (três) tetraplégicos e 03 (três) familiares/cuidadores que fazem parte de um Grupo de Apoio ao Trauma Raquimedularno Sul de Santa Catarina. A análise dos dados foi realizada a partir da análise de conteúdo e da técnica de categorização dos dados, através da ordenação, classificação e análise final dos conteúdos, proposta por Minayo (2009). Em relação as pessoas que foram entrevistadas, as principais características das pessoas com tetraplegia foi:gênero: masculino com idade entre 36 a 57 anos, com grau de instrução: ensino médio completo, crença: eclético, tendo-se tanto católicos quanto evangélicos, tempo de diagnóstico: de 3 meses a 12 anos, estado civil, pode-se perceber 3 diferentes: solteiro, casado e divorciado. Já em relação aos cuidadores pode-se perceber que a maioria foram mulheres (mães e esposa), com grau de instrução: ensino médio incompleto, idade entre 46 a 74 anos, crença: católica e evangélica, estado civil: viúva e casada. Observou-se através da pesquisa que 2 pessoas tiveram lesões devido a acidente automobilístico e uma por queda. Através da análise de conteúdo e, na tentativa de expor o que esse grupo expõe sobre o tema pode-se definir 05(cinco) categorias e 09 (nove) subcategorias que possibilitaram identificar as adaptações das pessoas tetraplégicas e seus familiares. Dentre elas destacam-se: sentimentos ao diagnóstico, processo de cuidar das equipes de saúde, família: porto seguro apego a fé em Deus, adaptação ao novo momento de vida, superações e necessidades humanas básicas. Em geral pode-se perceber, o quanto o processo de adaptação está totalmente vinculado que a pessoa com tetraplegia tem com seus familiares e/ou cuidadores, ao apego a fé em Deus e suas determinadas crenças. Sentimentos como a esperança e a fé foram observados demonstrando a sensibilidade em relação ao paciente diagnosticado há 3 meses. Os principais sentimentos vivenciados pelos familiares e pessoas com tetraplegia foram de desespero e medo, ao encontro com o diagnóstico, mas que após o trauma conseguiram evidenciar através da pesquisa, que com o tempo esses sentimentos são transformados em força e apoio para o familiar que precisa de cuidados.E equipe de saúde, em especial a enfermagem, não é tão presente nas etapas de cuidado da pessoa e familiar que tiveram transformações relevantes em seu processo de vida.